Que a maioria das pessoas tem muita disposição e energia para falar, isso já é de domínio público. Mas e a disposição e energia para ouvir, será que está na mesma medida?
Na maioria das vezes a resposta é um grande e sonoro NÃO!
Pois é, e se continuarmos nossa investigação e imaginarmos quanto do que dizemos é verdadeiramente compreendido ( será que 100%, 50%, 20%, 10%?), a resposta é bem decepcionante, pois gira em torno de 50%, isso se o comunicador tiver bastante interesse e habilidade em se comunicar verdadeiramente.
Normalmente quando estamos nos comunicando através da fala, do olhar, do sentir, de nossa respiração, de como absorvemos e interpretamos dados, (sim, tudo isso é comunicação), estamos competindo com um outro ser falante e bastante intenso: o próprio ouvinte em sua mente. É por isso que muitas vezes não nos entendemos.
Enquanto uma pessoa fala, a outra às vezes finge que ouve, mas na verdade ela está debatendo, argumentando, criticando, negando, e etc. mentalmente às vezes. Outras tantas vezes chega a falar por cima, antes mesmo da frase ter sido finalizada.
Fale a verdade, às vezes acontece né…
POis é… acontece. E acontece a falta de entendimento. Um fala o outro não entende, o outro fala o um não entende e as confusões se instalam.
Pra complicar um pouco mais o tema vou colocar uma pitada de informação extra: na maioria das vezes temos interesse apenas no que estamos dizendo e quase nenhum interesse no que o outro está dizendo. Acreditam que somos tão egoístas assim? Pois é… somos.
E tem mais: fazemos uma rápida (relâmpago mesmo) e poderosa interpretação de tudo que é dito e já damos a resposta, mental ou verbalmente. O perigo é que esta avaliação superficial está cheia de armadilhas, de premissas, de dados anteriores que muitas vezes não condizem com a realidade do momento presente.
E aí? Como sair desta situação?
A resposta você já deve ter ouvido milhares de vezes:
- A palavra é de prata, o silêncio é de ouro
- Temos uma boca e dois ouvidos para falar menos e escutar mais
- Peixe morre é pela boca
E por aí vai… mas então, se tudo é tão conhecido e já sabemos que precisamos escutar mais do que falar, o que será que nos impede?
As repostas são muitas, mas vou compartilhar duas das mais comuns:
- Falta de interesse no interlocutor
- Falta de interesse em compreender a posição e opinião do interlocutor
Experimente um nível genuíno de interesse no que a outra pessoa está dizendo, como se você tivesse que repetir para alguém. Faça esta brincadeira e descubra pontos de vista e uma clareza que vão te impressionar. Sem perceber, o nível de entendimento entre as partes aumenta.
Experimente e depois me conte como foi.
Uma querida amiga compartilhou a dica: COM… UNICA… AÇÃO
Adorei. É isso mesmo. A comunicação é algo a ser feito em comum, em conjunto pelas partes e não unilateralmente, seja ouvindo ou falando.
Bom começo de uma excelente e progressiva comunicação para você.